Foto: Google Imagens |
A decisão da Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa) em proibir a comercialização dos remédios inibidores de apetite foi adiada para outra data, a ser definida. A polêmica do uso de medicamentos como a sibutramina, femproporex e anfepramona está nos possíveis riscos à saúde, que são maiores que os benefícios, segundo a agência. Os efeitos colaterais dos inibidores de apetite variam de ansiedade a parada cardíaca e hipertensão pulmonar.
A Anvisa anunciou que a votação será transmitida ao vivo pela internet e espera-se que apenas a sibutramina seja liberada para comercialização, sob restrições. Quanto aos medicamentos dos grupos das anfetaminas e derivados (femproporex, anfepramona e mazindol), a tendência é que seja decidida pela proibição da venda desses medicamentos. A sibutramina, remédio criado na década de 1980 como um antidepressivo, atualmente é o remédio para emagrecer mais popular no Brasil e a venda dele é proibida na Europa e Estados Unidos.
O endocrinologista Luis Antônio de Araújo é contra a possível proibição. “Não é certo tirar o nosso direito de escolher o tratamento adequado, como também o paciente tem o direito de se tratar”. Araújo, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, reconhece que os medicamentos existentes não são os ideais, mas segundo ele, há pacientes que não contam com outra forma de tratamento.
A farmacêutica Jaqueline Fiedrich alerta para o uso desses remédios, que só podem ser vendidos com receita médica, mas esclarece que o risco está no uso indiscriminado. “O problema é que muitos pacientes, na esperança de emagrecer rapidamente, conseguem receitas de diferentes médicos para comprar remédios em diversas farmácias ao mesmo tempo”. Fiedrich explica que desta forma o paciente consome os medicamentos em quantidade excessiva.
O problema apontado pela farmacêutica não pode ser controlado pela Vigilância Sanitária em Joinville. O coordenador interino Jean Carlos Kuhlkamt afirma que o papel da Vigilância Sanitária é fiscalizar as condições físicas das farmácias e o estado dos medicamentos dentro dos estabelecimentos. “É muito complexo controlar se um paciente vai conseguir várias receitas e comprar em farmácias diferentes”.
O médico Luis Antônio critica profissionais que vendem os remédios visando apenas o emagrecimento, sem preocupar-se com a saúde do consumidor. “São práticas como essas que a Anvisa deveria fiscalizar e não limitar o trabalho para quem atua com seriedade na profissão”. Araújo aponta que nos dias de hoje, uma das maiores epidemias no mundo é a obesidade, que pode levar a doenças como diabetes e sérios problemas cardíacos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em Joinville, no ano passado, morreram 27 pessoas devido a complicações com doenças relacionadas ao metabolismo e problemas nutricionais.
Reportagem: Eberson Teodoro - Gazeta de Joinville
Nenhum comentário:
Postar um comentário