Foto: Google Imagens |
"Qual destes bichos você salvaria, se pudesse salvar apenas um?"
Entre as opções estava: Pássaro, Camarão de Água Doce e Gato.
O mais votado foi o Gato. Mas por que esta enquete? Qual a finalidade? Bem, para isso é preciso entendermos um pouquinho de estética e juízo de valor que muitas vezes damos à natureza. Era bem provável que votaríamos no Gato. Talvez o Pássaro ganhasse alguns votos, mas o felino, por ser um animal doméstico e encontrado em muitas famílias, teve maior preferência. E por que?
Porque é um bicho que conhecemos muito bem, temos carinho, afetividade. Já outros animais, como o Camarão da Água Doce, até já ouvimos falar, mas não sabemos sua real importância para o ecossistema. Na verdade este bicho é responsável pelo equilíbrio de microorganismos e insetos nas encostas de rios, contribuindo para o equilibrio da cadeia alimentar.
Esta enquete foi produzida através de experiências relatadas em um capítulo do livro: "Alfabetização ecológica", onde o autor Fritjof Capra defende a ideia de que estamos acostumados a manter o hábito do belo. Pegamos como exemplo as espécies e foi perguntado qual seria salva. Obviamente não estamos desconsiderando ou desvalorizando o Gato, apenas olhamos para um outro campo, onde espécies não muito atrativas são desvalorizadas.
Devemos contrariar as tendências de que animais mais belos e carismáticos merecem ser salvos. Todos cumprem um papel determinante na natureza e, sem dúvida, se tivermos a informação correta, largamos mão de conceitos comuns e passamos a preservar de fato o meio ambiente. No caso de uma catástrofe ou numa escolha difícil como a mostrada na enquete, uma espécie que cumpre um papel importante acabaria não sendo salvo.
Um estudo da Universidade de Pretória chegou à conclusão de que os animais mais bonitos ou com relações mais próximas com o homem receberam muito mais atenção dos cientistas do que aqueles que têm um ar mais feio ou desagradável. Esta negligência pode causar a extinção dos animais menos interessantes.
Traduzindo em números, os chimpanzés foram, desde 1994, dedicados a 1855 estudos; já o manatim foi estudado apenas 14 vezes.
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