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sábado, 14 de abril de 2012

Dilema do Galpão de Recicladores Vigorelli sai no Notícias do Dia

O que sobrou não é reaproveitável.
Foto: Cristiano Schmitz

Nesta semana, nós da Ong Oscip Impacto Social constatamos um problema em um dos locais de reciclagem de Joinville. O Galpão de Recicladores Vigorelli está passando por sérias dificuldades e, prontamente fomos atrás de soluções para resolver o problema. Publicamos uma matéria neste Blog, alertamos o público por meio de nossas redes sociais e neste sábado, foi publicada uma reportagem pelo jornal Notícias do Dia. Isto nos conforta pois sabemos que unidos podemos mais.

Confira abaixo a reportagem feita pela equipe do ND Joinville.


Reunião entre Secretaria de Assistência Social e a Seinfra (Secretaria de Infraestrutura Urbana) deve definir o futuro de nove recicladoras e um reciclador do Galpão Vigorelli, na Vila Cubatão. Há 20 dias eles foram abandonados pelo responsável pela venda dos recicláveis e pelos pagamentos. Depois de denúncias de acúmulo de lixo no pátio descoberto, o grupo também teve o repasse dos caminhões de recicláveis suspenso pela Ambiental. Agora, trabalha na limpeza do espaço na esperança de ter dias melhores. A reunião será segunda-feira (16) e nela deve ser oficializada a retomada das atividades, condicionada à limpeza do galpão.

Vilma Schmidt Raimundo, 55 anos, assumiu a responsabilidade de coordenar os recicladores desde que o homem que começou o trabalho abandonou o galpão. “O cara foi embora numa noite e levou tudo que era bom. Só deixou bagaceira”, lamenta.

Com o apoio do marido, Maurílio Alves da Silva, 53, dona Vilma – uma das protagonistas do videodocumentário “Burguesa histórias de gente e de lixo”, lançado em 2009 pela historiadora Giane Maria de Souza – incentiva oito mulheres a separarem o material espalhado pelo terreno alugado. “Não quero receber caminhão enquanto não limpar, mas não tem quase nada que se aproveite, o que está molhado vai para o lixo”, afirma.

Depois de trabalhar durante seis anos como catadora de recicláveis nas ruas, a paranaense decidiu se fixar num lugar só. “Ganhava o triplo na rua, uns R$ 600 a cada 15 dias, era bem tratada, as pessoas sempre me davam as coisas, mas é perigoso. Eu tenho duas carroças e dois cavalos e podia voltar para a rua, mas penso nas meninas. Elas não vão ter onde trabalhar”, comenta.

A recicladora Maria Maoesqui, 46, era diarista, mas, como tem problemas na coluna, também preferiu o trabalho no galpão. “Quando sinto dor me escoro e depois continuo. Eu moro aqui do lado e vi o cara fugir com tudo. Pior que não tem o que fazer. Vamos atrás dele para quê? Ele é pobre igual a nós e está no Paraná, não adianta”, relata.

Seinfra exige limpeza

Fábio Elling, supervisor do setor de limpeza pública da Seinfra, afirma que o repasse dos materiais dos caminhões só foi suspenso por causa do excesso de lixo no espaço. “Eles começaram a trabalhar faz pouco tempo, a gente mandava material de forma emergencial, mas com as reclamações na Ouvidoria, precisamos parar e orientar para que eles limpassem o pátio”, comenta.
Assim que a limpeza for feita, os materiais devem ser novamente encaminhados para o local.

Enquanto isso, a ONG Impacto Social recebe doações para ajudar as famílias. “Uma pessoa física fez a doação de itens de cesta básica para seis mulheres, mas como elas ainda vão ficar umas duas semanas separando e limpando vamos auxiliá-las pelo menos por esse período”, acrescenta Sandra Regina Sievert, presidente da ONG. O telefone da Impacto Social é 47/8449-8733.

ONG Impacto Social dá apoio

A ONG Impacto Social soube que os recicladores enfrentavam dificuldades na segunda-feira passada. Voluntários faziam a visita mensal para recolher material para o projeto Coleta de Embalagens Metalizadas e souberam que o grupo havia sido abandonado e tinha perdido o repasse da Ambiental. “Sabendo disso, entramos em contato com o pessoal da Seinfra porque ficamos preocupados de eles limparem tudo e não conseguirem continuar trabalhando”, conta Sandra Regina Sievert, presidente da ONG.

Viviane Schumacher Bail, gerente da Unidade de Gestão e Fomento à Geração de Renda da Secretaria de Assistência Social, explica que depois de saber do problema, o órgão também visitou os recicladores para avaliar a situação. “Soubemos que o grupo que ficou continuou fazendo a triagem, e defendemos que permaneça. Vimos que eles estão se empenhando e temos uma reunião nesta segunda-feira com a Seinfra para falar sobre isso”, explica.

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