Na contramão da mobilidade urbana, a cidade litorânea de Santos (SP) vai substituir, até junho deste ano, a ciclovia do canteiro central por mais uma faixa de veículos. A medida, de acordo com a prefeitura, irá desafogar o trânsito, considerado caótico na região central. A ciclovia já foi desativada em fevereiro deste ano e aguarda apenas a substituição.
A ação desagradou aos ciclistas da cidade, e com razão. Enquanto as cidades do mundo todo lutam para deixar seus munícipes com mais opções em mobilidade, investindo milhões em espaços para bicicletas e outros transportes alternativos, como metrô, algumas prefeituras acham conveniente voltar no tempo e dar espaço maior para carros, priorizando o meio de transporte motorizado. No mínimo lamentável.
Por mais que o trânsito esteja complicado por lá, a exemplo das grandes cidades do mundo todo, a postura da prefeitura deveria ser outra. Afinal os governos devem atacar o cerne do problema. Por que o trânsito está caótico? Qual a causa de mais pessoas trocarem transportes públicos pelo individual?
Políticas públicas, incentivos, desoneração da passagem de ônibus, criação de mais ciclovias e ciclofaixas são algumas das medidas adotadas pelos municípios para tirar os veículos de passeio das ruas, incentivando outros meios de transporte. Jamais retirar uma ciclovia para dar espaço aos carros.
Quem acha que mais uma faixa para carros vai desafogar o trânsito está enganado. No mínimo é ingenuidade acreditar que isto vai acontecer, afinal é um incentivo para mais pessoas usarem seus carros, piorando a situação.
Constata-se, neste caso, que a Rio+20, realizada no Brasil no ano passado, para discutir políticas públicas sustentáveis, surtiu nenhum efeito em Santos.
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