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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O que você tem a ver com as enchentes?

Esta pergunta pode parecer um tanto estranha, no entanto está interligada a muitas questões sociais e comportamentais. As constantes enchentes na região e em outros lugares do planeta estão também ligadas às escolhas que fazemos e aos governantes que decidimos eleger.

Pois bem, as chuvas torrenciais, amplamente divulgadas pelos meteorologistas nos últimos dias, confirmadas no último fim de semana, deixaram centenas de desalojados em muitas regiões do estado, sobretudo em Joinville, onde algumas famílias foram deslocadas. Mas afinal de quem é a culpa por esta cena repetitiva? Somente dos governantes que não investem o necessário em infraestrutura? Das pessoas que constroem suas casas em locais inapropriados? Da natureza que envia sempre as piores tormentas?

Em primeiro lugar é preciso observar que desastres naturais sempre aconteceram, seja hoje ou há mil anos. Depois todo mundo sabe que o homem sempre modificou o meio ambiente onde vive. Quem estudou a história de Joinville, por exemplo, saberá que boa parte da cidade era composta de manguezais em seu território. Outra parte era formada por morros, que foram aos poucos sendo substituídos por loteamentos e casas, muitas inclusive irregulares, sem as devidas licenças. Logo aquele ditado que diz: "O que é do mar um dia ele toma de volta" confirma-se em ocasiões como estas.

Mas existem outros problemas, citados no início deste post. As ocupações irregulares em morros, encostas ou locais insalubres são fruto de fracas ações habitacionais por parte do poder público. As políticas sociais ainda são tímidas, embora tenham evoluído nos últimos anos com o "Minha Casa, Minha Vida". As diferenças sociais ainda são excludentes, resultando em famílias inteiras à margem das oportunidades. Aí seguem outros problemas como alcoolismo, drogas, desemprego, cultura (ou a falta dela), educação (ou a falta dela). Misture tudo isso e podemos encontrar facilmente o cenário de favelas, casas mal construídas e em locais proibidos. Claro que, ao menor sinal de tormentas, estas serão as famílias mais vulneráveis, em contante situação de risco.

O que fazer para mudar esta realidade? Certamente retirar todas estas pessoas de onde estão morando não é a melhor solução, até porque o poder público não teria onde colocá-las. Vale lembrar aqui que nem todos que moram em áreas de risco são consideradas pobres. Muitas casas foram construídas em tais locais por falta de leis e fiscalização específicas, resultado de uma ocupação desordenada do solo. As grandes cidades e até as menores sofrem deste mesmo problema e até quando?

Seria ideal se a Defesa Civil apenas tivesse o trabalho de monitorar os níveis dos rios durante as tempestades, ao invés de passar noites e madrugadas interditando residências e deslocando famílias inteiras. É o problema sendo apenas transferido de lugar e não resolvido efetivamente.  

Fica o alerta para que esta seja uma política pública defendida em campanhas eleitorais e cumprida com rigor durante os governos. Afinal de contas será comum, daqui em diante, os desastres ambientais. Está mais do que na hora de o homem começar a consertar ou ao menos prevenir o que produziu ao longo dos anos.

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